quinta-feira, 6 de setembro de 2007

o casamento entre dúvida e fé

É fácil para a Mente Duvidante questionar o Sagrado e até rebaixá-lo, desdenhá-lo e rir dele.
Num mesmo indivíduo há mares de dúvida e oceanos de fé (ou vice-versa, consoante as águas que estejam cercadas por terra ou que cerquem a terra).
No entanto estão, dentro da consciência de cada indivíduo, separados por continentes terrestres de pragmatismo, dosgmatismo e racionalização (isto é, aquilo que é preciso fazer para sobreviver e não dá tempo para pensar muito (=pragmatismo), aquilo que se acredita sem se amar (=dogmatismo) e as justificações mentais semi-mentirosas que cada um dá a si mesmo e aos outros para não intercomunicar os mares e os oceanos (=racionalização)).
Se nós pudermos fazer estas duas Águas comungar entre si e tocar-se, sentiremos pequenas ondas de dor e fé, de ofensa e perdão dentro de nós (sem terceiros).
Só um coração se sincroniza com outro coração e nunca uma boca com língua e voz, por si só e no seu orgulho abstracto, troca palavras com um coração.
O acto e a palavra não bastam as coração, nem tampouco o emocionalismo lhe basta, pois o coração suplanta todos os níveis que ora o mimetizam, ora o atacam.
E quantos, de entre nós, se dispõem realmente a receber o Mistério?
O mistério que vai além da poesia, da fantasia e da imaginação, o mistério que não é deste mundo nem é perceptível ou dedutível através dos órgãos sensoriais que usamos para funcionar neste mundo. Quantos de nós têm essa ousadia e essa sincera coragem?
Que possa Reinar a Harmonia dos Mares cujas Águas Amorosamente se Comunicam.