quinta-feira, 10 de abril de 2008

coragem

Se nós fôssemos quem somos, seríamos totalmente inaptos socialmente.
Se fôssemos guiados por amor, estaríamos talvez pobres e sós.
Se praticássemos tudo aquilo em que acreditamos, a nossa família não se interessaria mais por nós.
A verdade destruiria todos os nossos confortos e prazeres e deixaria apenas a chama acesa e aberta.

Assim, eu digo, sem leviandade,

Quero ter a coragem de amar o meu verdadeiro Ser.
Quero ter a força para cumprir o meu verdadeiro Ser.
Quero ser capaz de revelar os dons e caminhos de Deus na minha vida.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

o casamento entre dúvida e fé

É fácil para a Mente Duvidante questionar o Sagrado e até rebaixá-lo, desdenhá-lo e rir dele.
Num mesmo indivíduo há mares de dúvida e oceanos de fé (ou vice-versa, consoante as águas que estejam cercadas por terra ou que cerquem a terra).
No entanto estão, dentro da consciência de cada indivíduo, separados por continentes terrestres de pragmatismo, dosgmatismo e racionalização (isto é, aquilo que é preciso fazer para sobreviver e não dá tempo para pensar muito (=pragmatismo), aquilo que se acredita sem se amar (=dogmatismo) e as justificações mentais semi-mentirosas que cada um dá a si mesmo e aos outros para não intercomunicar os mares e os oceanos (=racionalização)).
Se nós pudermos fazer estas duas Águas comungar entre si e tocar-se, sentiremos pequenas ondas de dor e fé, de ofensa e perdão dentro de nós (sem terceiros).
Só um coração se sincroniza com outro coração e nunca uma boca com língua e voz, por si só e no seu orgulho abstracto, troca palavras com um coração.
O acto e a palavra não bastam as coração, nem tampouco o emocionalismo lhe basta, pois o coração suplanta todos os níveis que ora o mimetizam, ora o atacam.
E quantos, de entre nós, se dispõem realmente a receber o Mistério?
O mistério que vai além da poesia, da fantasia e da imaginação, o mistério que não é deste mundo nem é perceptível ou dedutível através dos órgãos sensoriais que usamos para funcionar neste mundo. Quantos de nós têm essa ousadia e essa sincera coragem?
Que possa Reinar a Harmonia dos Mares cujas Águas Amorosamente se Comunicam.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Anjos da Purificação

Por vezes quando olho para trás, para os momentos de solidão em que apesar da aridez externa mantive a pureza de coração, compreendo melhor o que se passou.

Ainda que desinspirados de toda a Shekinah, se praticamos o esforço para o Bem,
Ainda que não alcancemos o Bem, se não nos deixamos cair na tentação dos desleixos que este mundo oferece,
Algo especial acontece em nós.
Acho que é a isso que se chama purificação.
Nos é concedida a graça da purificação sem que nos apercebamos dela e é na nossa reacção espontânea que é possível sermos purificados, tornados espiritualmente magros e leves, enquanto ao nosso lado, forças invisíveis nos acompanham amorosa e fielmente a todo o momento.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Guidance

(...) Talvez a coisa mais importante que eu aprendi aqui tenha sido a capacidade de ter disciplina e de continuar o caminho com o meu próprio trabalho e esforço, mesmo quando externamente não há um estímulo. Porque eu costumo funcionar através dos estímulos externos, quando há um guru, um toque de beleza e encantamento que espontaneamente me sintoniza com a alma, vivo feliz, mas quando não há, vivo passivamente à espera que surja uma luz, algo que me puxe para um nível mais alto. Aqui é diferente, somos obrigados (e impelidos) a buscar por nós mesmos, independentemente do exterior. - contei-te.
Mas o verdadeiro guia é interior. - disseste tu.
Mas é bom ter um Guru que nos ama, inspira, que nos guia e que tranquiliza as nossas dúvidas e angústias. - pensei para comigo.
Mas o verdadeiro guia é interior. - disseste tu.